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A Defesa de Tese deve ser agendada no sistema SIGA (DAC/UNICAMP), através de uma série de procedimentos que podem ser observados no Manual de Defesa de Dissertação/Tese - clique aqui.

 

 

 

PÁSSARO ENTRE FRONTEIRAS: cosmologias ancestrais, ecofeminismo e corpo-terra em Ana Mendieta (1970-1980)
Aluno(a): Laís Barreto da Silva
Programa: História
Data: 04/09/2025 - 09:30
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Luana Saturnino Tvardovskas - Presidente (UNICAMP)
  • Pedro Paulo Abreu Funari (UNICAMP)
  • Sylvia Helena Furegatti (IA/UNICAMP)
Descrição da Defesa:

Esta dissertação investiga a arte performática da artista cubana Ana Mendieta (1948–1985) como um espaço de experimentação, compreendendo suas obras como formas de produção de subjetividades e de criação de territórios sensíveis. A pesquisa analisa como a artista mobiliza fluxos, intensidades e afetos, articulando corpo, natureza e paisagem, tendo como elemento central a terra. O estudo se organiza em três momentos: inicialmente, explora-se a terra do corpo nômade, a partir da experiência de exílio de Mendieta nos Estados Unidos, evidenciando como o deslocamento impulsiona a criação de performances corpo-terra, que tensionam as fronteiras entre o humano e o não-humano, especialmente durante suas viagens ao México. No segundo momento, dedicado à arte corpo-terra, se analisa a metamorfose do corpo em rastro e sua fusão com a espiritualidade afro-caribenha, expressa por meio de rituais da Santería e materializada na série Siluetas (1973–1980), na qual o corpo se funde com a terra, na água e no fogo. Por fim, se discute o retorno à Terra, com sua volta a Cuba e a criação da série Rupestrian Sculptures (1981), marcada por figurações esculpidas na paisagem e relacionadas à cultura ancestral dos Taínos. A metodologia combina a abordagem arqueo-genealógica de Michel Foucault com conceitos de Gilles Deleuze, buscando compreender os contextos de criação e as forças que atravessam a obra de Mendieta. Em diálogo com a crítica ecofeminista, a pesquisa mobiliza autoras como Suely Rolnik, Karen Warren e Val Plumwood para refletir sobre as intersecções entre corpo, natureza e espiritualidade. A dissertação propõe, assim, uma leitura da arte de Mendieta como gesto de resistência e elaboração poética, capaz de questionar as narrativas hegemônicas e provocar novas perguntas sobre quem escreve a História. Afinal, qual é a história que a arte de Ana Mendieta deseja nos contar?

Michel Foucault e a história repensada a partir do espaço
Aluno(a): Gabriel José Pochapski
Programa: História
Data: 17/09/2025 - 09:30
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Luana Saturnino Tvardovskas - Presidente (UNICAMP)
  • Hélio Rebello Cardoso Junior (UNESP)
  • Luzia Margareth Rago (UNICAMP)
  • Ernani Pinheiro Chaves (UFPA)
  • Philippe Sabot (Universidade de Lille)
Descrição da Defesa:

Esta tese pretende explorar como Michel Foucault repensou a história a partir do espaço, abrindo-a para outras concepções de tempo e para novas possibilidades de crítica do presente. Ao compreendermos que este filósofo desnaturalizou os objetos históricos, propiciando outros modos de problematizar a atualidade e de questionar o passado, argumentamos que essas aberturas foram acompanhadas por formas renovadas de relacionar a temporalidade com a espacialidade. A partir das produções realizadas entre as décadas de 1950 e 1970, selecionamos obras, entrevistas e projetos coletivos, entrelaçando-os com manuscritos e materiais ainda inéditos situados na Bibliothèque nationale de France (BnF) e no Institut Mémoires de l’Édition Contemporaine (IMEC). Em diálogo com elaborações da teoria e da filosofia da história, bem como da história intelectual, consideramos que estes documentos nos permitem investigar as múltiplas formas com que Foucault espacializou o tempo e, paralelamente, temporalizou diferentes espaços, indicando novos horizontes de pensamento e de historicização. Concentraremos esta pesquisa em três eixos de análise: o primeiro privilegia a abordagem arqueológica apresentada em História da loucura (1961), examinando seu afastamento de uma concepção de tempo universal nos anos 1950 e sua adoção de uma perspectiva espacializada da história. O segundo eixo focaliza as heterotopias, com destaque para a crítica foucaultiana da representação moderna do espaço e sua valorização das polivalências, heterocronias e “contraposicionamentos”. Por fim, o terceiro eixo aborda suas pesquisas colaborativas junto ao Centre d’études, de recherches et de formation institutionnelles (CERFI), nos anos 1970. Situando estas atividades como uma “dimensão coletiva” ainda pouco explorada das reflexões genealógicas do filósofo, investigaremos a importância do Projeto “Genealogia dos equipamentos coletivos” e das lutas da antipsiquiatria desenvolvidas neste período. Assinalamos que as relações do filósofo com o CERFI podem ser percebidas como um “laboratório” de debates e de transformações fundamentais para o que ele denominou como uma “história dos espaços”.

A EROTIZAÇÃO DO PARAÍSO: Uma crítica à construção identitária do Brasil como paraíso sexual
Aluno(a): Varlei Rodrigo do Couto
Programa: História
Data: 25/09/2025 - 14:00
Local: Sala de Defesa de Teses - IFCH/UNICAMP
Membros da Banca:
  • Luzia Margareth Rago - Orientadora (UNICAMP)
  • Francisco Cabral Alambert Junior (USP)
  • Luana Saturnino Tvardovskas (UNICAMP)
  • Marcelo Sergio Raffin (Universidade de Buenos Aires)
  • Aldo Ambrózio (Pesquisador sem vínculo)
Descrição da Defesa:

Esta tese investiga criticamente a construção do Brasil como um “Paraíso sexual”, revelando as raízes coloniais, raciais e patriarcais que sustentam essa imagem no imaginário social. A partir de uma abordagem arqueogenealógica inspirada em Michel Foucault e em diálogo com estudos decoloniais, feministas e de gênero, analisa-se como autores como Paulo Prado e Gilberto Freyre, desde o século XX, erotizaram a identidade brasileira, transformando o corpo e o desejo em dispositivos de poder. A pesquisa percorre documentos coloniais, relatos de viajantes, imagens iconográficas e discursos intelectuais para compreender como o erotismo foi instrumentalizado na racialização e inferiorização, especialmente dos corpos femininos negros e indígenas. Por fim, propõe uma reinterpretação do erótico, com base em autoras como Audre Lorde e Eliane Robert Moraes, como força criativa e política de reinvenção dos corpos e subjetividades.